terça-feira, 12 de maio de 2009

Jornalismo e Internet

Actualmente, falar de Jornalismo implica falar da Internet e das transformações que a tecnologia provoca nesta área. Não restam dúvidas que os meios tradicionais de comunicação aproveitam a evolução tecnológia de forma a melhorarem a sua actividade. De facto, as rotinas jornalísticas de produção de informação estão a mudar em função da Revolução Digital a que assistimos; "o jornalismo online não exterminou o jornalismo noutros media, mas modificou-o, obrigando-o a uma adaptação constante, num processo que Roger Fidler denomina mediamorfose", segundo o professor da Universidade Fernando Pessoa, Jorge Pedro Sousa.


Os profissionais da área da Comunicação usufruem, na sua actividade quotidiana, das funcionalidades da rede. Surge o JAC - Jornalismo Assistido por Computador. Esta definição reflecte as inovações que o computador trouxe para o jornalismo, tanto na recolha de notícias como no respectivo tratamento e difusão dos conteúdos, sendo a Internet uma componente fundamental e, sobretudo, cómoda. Contudo, a abundância de informação, o número descontrolado de fontes noticiosas tornam a actividade do jornalista mais complicada, sobretudo no que diz respeito à selecção de informação e à avaliação da veracidade dos factos/acontecimentos.

Em Portugal, o Ciberjornalismo foi implementado há 14 anos. Hélder Bastos, professor na Universidade do Porto e ciberjornalista, identifica três fases na evolução do ciberjornalismo no país: a da implementação (1995 - 1998), a da expansão ou 'boom' (1999 - 2000) e a da depressão/estagnação (2001 - 2008). Segundo o autor de "Jornalismo Electrónico - Internet e Reconfiguração de Práticas nas Redacções", a última década traduz um período longo e experimental, repleto de hesitações por parte das empresas jornalísticas nacionais.
Neste contexto, é essencial distinguir conceitos - Jornalismo Online de Ciberjornalismo. De forma sucinta, Jornalismo Online designa todo o jornalismo que é publicado na rede, um instrumento privilegiado para contactar com as fontes e pesquisar. Já o Ciberjornalismo ou Jornalismo Digital refere-se a tudo o que é realizado "na rede e para a rede", um jornalismo que utiliza as tecnologias digitais.

A evolução do Jornalismo para o Ciberjornalismo também pode ser traçada em três fases: na primeira, os jornais limitaram-se a transferir conteúdos dos seus produtos originais para a rede; na segunda, houve a criação de material original e o seu enriquecimento com hiperligações; na terceira,os jornais começaram a criar material original para a Web e a colocá-lo exclusivamente "online". As primeiras redacções online surgem na viragem do século e reflectem um frenético período de novidade e expectativa.

Inicialmente visto como um complemento ao jornalismo tradicional, as publicações onlines são hoje um dos principais meios de informação por parte dos consumidores. Assim, as redacções constataram que não era suficiente estar na Internet para usufruir de vantagens competitivas - era índispensável criar produtos específicos para a rede. Isto conduz-nos a algumas das características que hoje em dia os jornais online ostentam. De uma maneira sistemática, podemos destacar algumas das principais características do jornalismo digital: interactividade, hipertexto, hipermédia, glocalidade, personalização, instantaneidade, navegabilidade.

A verdade é que hoje a Internet coloca questões à actividade jornalística. Uma delas remete para a ameaça do ciberjornalismo ao jornal em papel. Estatísticas revelam que o número de leitores das edições online têm vindo a aumentar de forma exponencial, em detrimento dos consumidores de jornais em suporte físico. A expectativa e os estudos académicos rondam esta questão. Por outro lado, surge a problemática do próprio futuro do jornalismo, "O jornalista pode ter deixado de possuir a função quase exclusiva de gatekeeper do espaço público informativo. Os jornais e os restantes meios jornalísticos online competem com um número inquantificável de sites onde é possível ir beber directamente a informação, sem passar pelo crivo do jornalista", afirma Jorge Pedro Sousa. Contudo, esta conpetição pode tornar-se em complementaridade, devido à navegabilidade da rede - uso de hiperligações de forma a complementar a informação.
Outras questões recaem sobre a Internet e o seu impacto na actividade jornalística. Será a rede um suporte da actividade ou está a crescer um novo meio de comunicação? Será necessária uma nova ética para os ciberjornalistas? Qual será a diferença entre jornalista e ciberjornalista? A realidade é que actualmente, mais do que Era da Informação, vivemos também na Era da Polivalência, o que pode responder à questão.
Hélder Bastos defende que "o ciberjornalista precisa também de perceber o ambiente – interactivo, informal, conversacional, 2.0 – da Web, o que nos conduz à questão da renovação na aproximação. A questão da ética é também importante: há um património comum de valores e standards partilhados por jornalistas e ciberjornalistas (esta distinção é um pouco instrumental, mais do que real ou efectiva), mas estes debatem-se com questões, sem precedentes, levantadas, quer pela natureza do meio, quer pela falta de regras claras em relação a diversas matérias, incluindo as legais."
O Jornalismo e a Internet constroem uma nova realidade, repleta de ilusões e expectativas, mas também com lacunas no que diz respeito ao seu futuro e à sua real capacidade de mudar a Era Informativa. Além de estar à distância de um clique, a actividade jornalística urge em tornar-se cada vez mais segura e fiável.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Nova aquisição!


Visto que as minhas t-shirts são apreciadas, anuncio a próxima compra no Cão Azul! Irónico, não?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Quem ainda não twitta?


Twitter é o nome da nova febre das redes socias. Apesar de criado em Março de 2006, pela empresa apenas em 2008 se tornou num sitio obrigatório para os usuários da Internet e da Web 2.0.

Nunca comunicar foi tão fácil. À distância de 140 caracteres, qualquer adepto do Twitter pode partilhar "O que está a fazer". A simplicidade da ferramenta e o forte teor de interactividade enquadram-na na ideologia da Web Social. O twitter é ubíquo (pode ser acedido através do telemóvel, de um computador...), instantâneo, extensível. Após a fácil inscrição no Twitter, o utilizador é convidado a seguir (e a ser seguido por) outros utilizadores.

Não obstante, originalmente chamava-se Twttr e funcionava apenas para um grupo restrito de pessoas em São Francisco, na Califórnia (local de criação), pela empresa Odeo, Inc. Assim sem muita popularidade passou a estar disponivel para o resto do Mundo. Actualmente, segundo estatísticas oficiais, estima-se que, por hora, sejam actualizados 17.500 "tweets" e que, por dia, cheguem aos 90.000.

Oficiais da Assembleia da República, bandas de música, personalidades, meios de comunicação e Instituições marcam já presença no Twitter.

Provando que é, de facto, o utilizador a fazer a web 2.0, o Twitter é hoje adaptável a áreas distintas, nomeadamente da Comunicação. O cepticismo ainda está presente mas a tendência é clara: revolucionar o Jornalismo tradicional. Recorde-se o episódio da aterragem precoce do avião da US Airways no rio Hudson (15 de Janeiro), que foi dado a conhecer ao Mundo através de uma fotografia tirada por um iPhone e, posteriormente, publicada no Twitter. Os meios de comunicação social estão seduzidos pela cobertura "na hora" e pela divulgação instantânea de notícias.

Contrariando os cépticos desta nova ferramenta, João Simão, docente e investigador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e especialista em Ciências da Comunicação, realça a importância da entrada das notícias no Twitter: "Terá sido o ponto de viragem para utilizações mais maduras e concretas da ferramenta." Aliado a esta inovadora utilização do Twitter, é relançado o debate sobre o papel do cidadão repórter. Avaliar até que ponto o excesso de informação pode tornar-se em desinformação é hoje discutido por especialistas.

A pergunta que se coloca é agora: quem ainda não Twitta?









outras fontes:
JPN - Jornalismo Porto Net (1) (2)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Internet e Web 2.0


A Internet tem revolucionado o mundo dos computadores e das comunicações como nenhuma invenção foi capaz de fazer até então. Adoptamos este conceito sem o questionar e usamo-lo diariamente, mais do que uma vez. Mas o que é realmente a Internet?

A origem desta rede remonta à década de 1960. Os primeiros registos de interacções sociais que poderiam ser realizadas através de redes foi uma série de memorandos escritos por J.C.R. Licklider, do MIT - Massachussets Institute of Technology, em agosto de 1962. Ele previa que vários computadores se ligassem à escala global, por meio da qual todos poderiam transferir dados e programas sem barreiras geográficas e de forma rapida. O protótipo original ficou conhecido como ARPANET.

Este cresceu para dar origem à Internet. A Internet foi baseada na ideia de que haveria múltiplas redes independentes de desenho arbitrário, começando com a ARPANET como rede pioneira de trocas de pacotes mas logo incluindo redes de satélites, de rádio, etc. A Internet como conhecemos hoje incorpora uma ideia-chave: rede de arquitetura aberta.
A comercialização deste produto inovador foi precoce, pois alguns dos vendedores não dominavam esta recente tecnologia. Foram, contudo, realizados workshops, sessões de esclarecimento e conferências internacionais, de forma a melhorar a utilização dos sistemas de ligação em rede dos computadores.

Actualmente, o comércio deste produto revolucionário é visto como sendo este uma "commodity" (similar ao petróleo) e é base da transacção de outros produtos. A mundialização da Internet provoca, de certa forma, a confusão de terminologia no meio. É comum usar o vocábulo "Internet" e o termo "World Wide Web" como se do mesmo se tratasse. Na verdade, são conceitos distintos, sendo a WWW um sistema de servidores de Internet que suportam documentos escritos numa linguagem específica - HTML, não fazendo parte dela todos os servidores de Internet.

Simplificando, Internet pode apenas ser vista como sendo uma network global que conecta milhões de computadores em todo o Mundo.


De igual forma inorvador é o conceito 'Web 2.0'. Tem afectado o nosso quotidiano e a forma como vemos a Web. Entre os utilizadores é comum aplicar o termo 'Web Social', com função de sinonimia ao 'Web 2.0'. De facto, esta actualização das funcionalidades da Web tem um cariz mais social, ou seja, o utilizador adopta uma postura mais activa e abandona o papel de simples receptor de informação.

O conceito apresentado é relativamente recente. Deve a sua origem ao trabalho deDale Doughherty e Tim O'Reilly e da sua empresa O'Reilly Media, no ano de 2004.

Muito se especula sobre o significado e intenção reais da Web 2.0. Uns tem-na como sendo indispensável no progresso da Web e outros menosprezam o conceito, acreditando não se tratar mais do que uma mera estratégia de marketing.

Não obstante opiniões contrárias, a verdade é que a Web 2.0 revolucionou a forma como colaboramos e partilhamos dados e informação, assim como melhorou a transferência de dados por rede. Exemplos célebres destes progressos são a Wikipédia, Youtube, Blogues, entre outros. Abandonam-se os sitios pessoais e criam-se blogues, as opiniões e preferências dos usuários passam a ser consideradas.

Um dos aspectos mais importantes da transição para a Web 2.0 é a mudança de mera publicação para participação de facto do utilizador. A Web afirma-se como sendo mais interactiva (qualquer pessoa pode partilhar informação no youtube ou na Wikipédia). O'Reilly justificava esta iniciativa como se de uma 'inteligência colectiva' se tratasse, como refere o Jornal Porto Net (JPN).
Prima-se, portanto, por uma interactividade como nunca antes pensada, que favorece a ligação de milhares de pessoas sem barreiras geográficas ou temporais.



Estamos então perante uma nova Era de Informação, em que tudo o que precisamos se encontra à distância de um clique.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Online

Para ver é preciso ter Visão.